quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Vou me mudar, mundo perfeito!!!



Estou me mudando pra um lugar melhor, sem problemas, sem tristezas!!!
Quero ver se vou pra lá hoje...
Ahhh facebook  estou chegando, ai todo mundo é feliz, os casais não brigam, as férias são todo ano e ninguém precisa de dinheiro, alias todo mundo tem um monte dele ai.
Dor e sofrimento são coisas inexistentes nesse lugar, concordo ninguém quer compartilhar coisas ruins, isso eu aprovo.
Mas podem ser compartilhadas algumas meninas que vão fazer as unhas ou algum animalzinho de estimação que se escondeu no porta-malas do carro, claro sem o dono ver.
Lá existem também espiões, estão lá  muitas vezes com suas identidades secretas, espionando a vida alheia, comentando o que não deve ou apenas fazendo o que sua identidade de verdade não tem coragem de fazer por medo ou falta caráter.
Uma coisa que me impressiona também é a beleza das pessoas, como tem gente linda ou nas suas fotos de perfil ou aquelas postadas diariamente, todas sem filtro obvio e também nos seus pensamentos e frases publicadas ou até exemplos a serem seguidos em vídeos de terceiros sei lá, esse mundo ai só tem coisa boa, poetas, escritores, pessoas de coração grande e generoso, modelos, ótimos seres humanos.
Neste exato momento olho um post publicado, que fala em valorização que as pessoas postam seus sorrisos, nunca seus corpos, nada agressivo ou invasivo, fotos todas com muita decência e ética, podem até olhar o álbum das fotos, aquelas de biquíni firam fotos tiradas na praia, eu nem vi que estavam fotografando... Ufa, pensei que as coisas estavam mudando.
Mas não, esse é o melhor mundo, todo mundo é atleta, corre e coloca foto na academia, todo mundo faz suas refeições fora de casa, viaja pelo mundo, barbada, gasolina tá só R$ 4.00/L, todo mundo vive em festas 7 dias por semana e tem um fígado que tem que ser estudado pela NASA, porque com tanto álcool ele não poderia mais funcionar, mas funciona, esse é o facebook, praticamente a NEVERLAND dos tempos de hoje, é, saudade da história do Peter Pan, da Caverna do Dragão, Jaspion, TunderCats... de jogar futebol na frente de casa, quando a rua era de areia, de caçar Girino na valeta, de quando a diversão do MMA era conseguir colocar em um vidro de maionese vazio um escorpião e uma aranha para brigarem, era bom esse mundo.
Sem e-mails, sem muita conectividade, quando tínhamos que rebobinar a fita pra entregar na locadora pra não pagar multa, pois não tinha NetFlix nem ToconSat. No colégio no recreio a galera se juntava pra jogar bolinha de gude e conversava, trocava figurinha, porque não tinha Google pra gente ter informações de jogadores ou ver fotos, apenas no final da minha adolescência veio aqueles 1100 que mandavam msg te texto mas eram só 140 caracteres, bons tempos de comunicação escassa.
Mas isso era outro mundo, mundo real, mundo dos anos 90, hoje evoluímos, mundo moderno, mundo do ano 2000, as pessoas tem mais sentimentos, trocam olhares, por fotos enviadas no whats, a mágia do primeiro encontro, depois de uma semana conversando no telefone fixo o primeiro toque, primeiro beijo, mas hoje ta tudo melhor, fotos sem roupas (nudes), até vídeos sem se conhecer mesmo, tornam o primeiro encontro mais fácil e objetivo, o Tinder conseguiu pular os passos da conquista, tirou o problema do “não”, do frio na barriga, simplificou tudo, que mundo ótimo.
Bom gente deu de escrever, até porque quase ninguém vai ler, porque tem whats pra responder, e-mails ou ver os likes do tinder ou mandar nudes no snap e eu tenho que me mudar, partiu mundo novo, com muitas #####.
#MundoNovo #SóAlegria #NãoTemProblemaNessaVida #MundoRealImaginário
#QueriaQueAsPessoasVoltassemAPensar #Ótimo2016
#Fé #MasmuitaFé

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Me cansei de você se cansar

Um dia desses enquanto eu assistia ao pôr-do-sol, uma garota se aproximou e disse: “Por que você vem a essa janela todos os dias assistir o sol se pondo sempre do mesmo jeito?” Eu, sem saber o que responder, apenas tive certeza naquele instante de que havia algo de diferente na forma que meu coração processava certas sutilezas. E assim, eu cresci. Assim, o tempo se passou. Assim, eu assisti mais outros infinitos pores-do-sol sem conseguir enxergar um deles sequer como “sempre do mesmo jeito”. Assim, eu cresci sabendo que em um relacionamento os dias serão como o pôr-do-sol: similares, porém nunca os mesmos.
Mas no cotidiano amoroso atual, quem mais sabe disso? Quem mais consegue admirar o amor todos os dias sem a necessidade de um constante brilho novo? Quem mais consegue se contentar; saber esperar; e amar o que o dia te oferece? Existe um desespero pela necessidade de atualizações dentro do amor que acaba tornando-o inviável, invivível.
Assim, o argumento acaba se tornando sempre o mesmo: o cansaço. As pessoas se cansam dos beijos, dos abraços, das transas. As pessoas se cansam da estabilidade de andar de mãos dadas, de seguir em uma única direção. Se cansam de sonhar, de planejar, de conquistar — no momento certo — algo novo para a vida do casal.  E por isso, o amor de verdade é trocado — em forma de uma moeda injusta — por uma vida fria, vivida com gente que pouco se importa, com companhias que não duram mais do que 5 minutos na boca, enchendo cada vez mais os copos, esvaziando cada vez mais o coração.
O fato é que não somos de ferro e iremos sim nos cansar. Nos cansamos do trabalho, dos estudos, da rotina em si, por que não nos cansaríamos do amor? Porém, todas as coisas que fazem um pôr-do-sol nunca ser igual ao outro, deveriam também ser as mesmas que mantivessem as mãos dadas pelo caminho da vida a dois. Se o coração não souber se contentar com o mesmo sorriso largo no rosto, com o mesmo abraço que protege corpo, com a mesma transa que agrada a carne dia após dia, o amor perde o propósito de existir, dando lugar a similares estações de ônibus, que se desembarca a fim de saciar vontades em um curto período de estadia.
Mas eu continuarei aqui, sabendo apreciar o céu, o sol, e tudo o que nunca será igual, mesmo que parecido. Permanecerei doce, mesmo com tanto amor amargo de quem me confundiu com uma dessas estações e se assustou quando descobriu que, na verdade, eu era casa afim de transformá-la em lar.


segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Balanço do ano que se passou.



Fazendo o balanço do ano de 2015, foi um ano bom.
Aprendi a “fazer” e a “ter” coisas que não sabia.
Ter paciência, mesmo que fosse difícil de controlar a indignação (algumas vezes não consegui).
Compreendi que nem tudo que pensamos é aquilo mesmo, pode ser pior.
Vi que muitas coisas não passam apenas em novelas, mas acontecem na vida real, mas elas podem acabar diferente, o final pode não ser feliz.
Coisas inimagináveis acontecem e são mais previsíveis do que eu pensava.
Fazer as coisas certas nos faz bem, nos deixam bem, mas não é todo mundo que vai entender suas atitudes.
Uma frase clichê, mas que é verdade e que eu pude presenciar que é verdade, “As pessoas querem te ver bem, mas nunca melhor que elas.”
Enfrentei a raiva e a ira, e constatei que quando estamos afetados por elas nunca fizemos o certo, alias poderemos nos arrepender pra sempre do que fizemos.
Vi que a saudade das coisas simples, é a mais dolorida.
A injustiça me tira do sério, me deixa perturbado, mesmo que às vezes eu possa ser injusto também, mas isso é uma coisa que sempre vai me incomodar.
Não importa o quanto a gente faça de “bom” pra uma pessoa, ela nunca vai dar o valor que a gente acha que merece pelas atitudes, alias provavelmente nem se lembrem do que fizemos.
As pessoas muitas vezes tinham que aprender a conversar, o valor e a força da palavra é muito importante e pode aliviar um coração. Mas também palavras são como laminas e podem deixar cicatrizes que nunca vão ser curadas.
E sim, tenho vergonha de algumas coisas, que ficaram na minha mente sempre martelando em momentos inoportunos, relembrando algumas cenas que queria nunca ter passado.
Então, passando por isso desejo um ótimo 2016 cheio de coisas boas mas nunca esquecendo, que o ano é novo, mas se você for o mesmo, nada vai mudar.


MM