segunda-feira, 28 de julho de 2014

PONTO FINAL





Eu sei que ficaram coisas a serem ditas, e você sabe também, não deixemos as vírgulas estragarem a surpresa, não deixemos um sinal tão ínfimo nos separar assim, tão brevemente, e lembremos que existem coisas a serem ditas, pois sempre existirá alguma coisa que não foi dita, já que a linguagem está aí fundamentada no seu próprio fracasso, louco isso, essa contradição da linguagem, sua condição de fracasso, ela está aí para fracassar mesmo, e nós fracassamos junto, com todas as coisas que nunca serão ditas, coisas não ditas e que são melhores assim, apenas não ditas, mas ainda assim cheias de vírgulas, atazanando-nos, promovendo esquecimentos, distraindo-nos para o fato de que sempre haverá em tudo e em todas as frases e até mesmo num fluxo maldito como este (ou num amor nem tão cheio de vírgulas) um denso, chato e nem tão definitivo ponto final.

A incrível geração de mulheres que foi criada para ser tudo o que um homem NÃO quer...


  Às vezes me flagro imaginando um homem hipotético que descreva assim a mulher dos seus sonhos: “Ela tem que trabalhar e estudar muito, ter uma caixa de e-mails sempre lotada. Os pés devem ter calos e bolhas porque ela anda muito com sapatos de salto, pra lá e pra cá. Ela deve ser independente [...]


Às vezes me flagro imaginando um homem hipotético que descreva assim a mulher dos seus sonhos:
“Ela tem que trabalhar e estudar muito, ter uma caixa de e-mails sempre lotada. Os pés devem ter calos e bolhas porque ela anda muito com sapatos de salto, pra lá e pra cá.
Ela deve ser independente e fazer o que ela bem entende com o próprio salário: comprar uma bolsa cara, doar para um projeto social, fazer uma viagem sozinha pelo leste europeu. Precisa dirigir bem e entender de imposto de renda.
Cozinhar? Não precisa! Tem um certo charme em errar até no arroz. Não precisa ser sarada, porque não dá tempo de fazer tudo o que ela faz e malhar.
Mas acima de tudo: ela tem que ser segura de si e não querer depender de mim, nem de ninguém.”
Pois é. Ainda não ouvi esse discurso de nenhum homem. Nem mesmo parte dele. Vai ver que é por isso que estou solteira aqui, na luta.
O fato é que eu venho pensando nisso. Na incrível dissonância entre a criação que nós, meninas e jovens mulheres, recebemos e a expectativa da maioria dos meninos, jovens homens,  homens e velhos homens.
O que nossos pais esperam de nós? O que nós esperamos de nós? E o que eles esperam de nós?
Somos a geração que foi criada para ganhar o mundo. Incentivadas a estudar, trabalhar, viajar e, acima de tudo, construir a nossa independência. Os poucos bolos que fiz na vida nunca fizeram os olhos da minha mãe brilhar como as provas com notas 10. Os dias em que me arrumei de forma impecável para sair nunca estamparam no rosto do meu pai um sorriso orgulhoso como o que ele deu quando entrei no mestrado. Quando resolvi fazer um breve curso de noções de gastronomia meus pais acharam bacana. Mas quando resolvi fazer um breve curso de língua e civilização francesa na Sorbonne eles inflaram o peito como pombos.
Não tivemos aula de corte e costura. Não aprendemos a rechear um lagarto. Não nos chamaram pra trocar fralda de um priminho. Não nos explicaram a diferença entre alvejante e água sanitária. Exatamente como aconteceu com os meninos da nossa geração.
Mas nos ensinaram esportes. Nos fizeram aprender inglês. Aprender a dirigir. Aprender a construir um bom currículo. A trabalhar sem medo e a investir nosso dinheiro.  Exatamente como aconteceu com os meninos da nossa geração.
Mas, escuta, alguém  lembrou de avisar os tais meninos que nós seríamos assim? Que nós disputaríamos as vagas de emprego com eles? Que nós iríamos querer jantar fora, ao invés de preparar o jantar? Que nós iríamos gostar de cerveja, whisky, futebol e UFC? Que a gente não ia ter saco pra ficar dando muita satisfação? Que nós seríamos criadas para encontrar a felicidade na liberdade e o pavor na submissão?
Aí, a gente, com nossa camisa social que amassou no fim do dia, nossa bolsa pesada, celular apitando os 26 novos e-mails, amigas nos esperando para jantar, carro sem lavar, 4 reuniões marcadas para amanhã, se pergunta “que raio de cara vai me querer?”.
“Talvez se eu fosse mais delicada… Não falasse palavrão. Não tivesse subordinados. Não dirigisse sozinha à noite sem medo. Talvez se eu aparentasse fragilidade. Talvez se dissesse que não me importo em lavar cuecas. Talvez…”
Mas não. Essas não somos nós. Nós queremos um companheiro, lado a lado, de igual pra igual. Muitas de nós sonham com filhos. Mas não só com eles. Nós queremos fazer um risoto. Mas vamos querer morrer se ganharmos um liquidificador de aniversário. Nós queremos contar como foi nosso dia. Mas não vamos admitir que alguém questione nossa rotina.
O fato é: quem foi educado para nos querer? Quem é seguro o bastante para amar uma mulher que voa? Quem está disposto a nos fazer querer pousar ao seu lado no fim do dia? Quem entende que deitar no seu peito é nossa forma de pedir colo? E que às vezes nós vamos precisar do seu colo e às vezes só vamos querer companhia pra um vinho? Que somos a geração da parceria e não da dependência?
E não estou aqui, num discurso inflamado, culpando os homens. Não. A culpa não é exatamente deles. É da sociedade como um todo. Da criação equivocada. Da imagem que ainda é vendida da mulher. Dos pais que criam filhas para o mundo, mas querem noras que vivam em função da família.
No fim das contas a gente não é nada do que o inconsciente coletivo espera de uma mulher. E o melhor: nem queremos ser. Que fique claro, nós não vamos andar para trás. Então vai ser essa mentalidade que vai ter que andar para frente. Nós já nos abrimos pra ganhar o mundo. Agora é o mundo tem que se virar pra ganhar a gente de volta.



 por: Ruth Manus
http://blogs.estadao.com.br/ruth-manus/

quarta-feira, 23 de julho de 2014

POR QUE VOCÊ NÃO ARRUMA NAMORADO?

Você não entende como não começa um relacionamento, como não se apaixona novamente, como não muda de vida.
Reclama da ausência de opções. É bonita, inteligente, divertida.
Minha hipótese é que não abandonou o passado.
Mantém flertes com o ex indiferente, ou continua saindo com sujeito que jamais assumirá o romance.
Raciocina que, enquanto não vem o escolhido, o príncipe, pode se entreter com velhas paixões.
Mas todos pressentem quando uma mulher está enrolada, todos intuem o caso mal resolvido, e não se aproximam.
Não virá ninguém para espantar os corvos e dissolver essa atmosfera pesada de Prometeu.
É trabalho em vão soterrar o precipício. Mulher desinteressada é impossível.
Ninguém ousará quebrar o monopólio de sua dor.
Você cheira a encrenca, cheira fidelidade a um terceiro. Seus ouvidos estão lentos, sua boca paira em distante lugar, seus olhos se distraem seguidamente.
Não tem brilho na pele, porém tensão nos ombros.
Sua respiração é um poço de suspiros.
Vive ansiosa por notícias, por reatos, mensagens. Não presta atenção, não se entrega para as casualidades.
Quem enxerga fantasmas não vê os vivos.
Não dá para começar um novo amor sem abandonar os anteriores. Errada a regra que a gente somente esquece um amor antigo por um novo.
Está com o corpo fechado, costurado, mentindo que já não sofre mais com as cicatrizes.
Espera herança, não sai para trabalhar ternuras.
Mendiga retornos, não cria memória.
Sua nudez não responde ao pedido da curva. Nem balança com a música favorita.
Está tomada do carma, do veneno, do ressentimento.
Pensa que está bem, mas está em luto. Uma mulher em luto não permite arrebatamentos, afasta-se na primeira gentileza que receber, recusa a prosperidade das pálpebras piscando nos bares e restaurantes.
Você nunca vai encontrar seu namoro, seu casamento, sua paz, se não terminar de se arrepender.
É preciso guardar o máximo de ar, ir ao fundo, descer na tristeza e nadar para longe dela.
Não amará outro alguém sem solucionar pendências, sem recusar o homem que não a merece, o homem que não vai embora e tampouco fica.
Não amará outro alguém sem abandonar algumas horas de alívio em motéis.
Não amará outro alguém se não bloquear as recaídas, se insistir em ressuscitar as promessas.
Uma mulher nunca será inteira se mantém romances quebrados.
Nunca estará presente.
Nunca estará aqui.
Entenda, minha amiga, só ama quem está disposta a ser amada.
 
 
#Carpinejar

terça-feira, 22 de julho de 2014

Culpado dos erros que não cometemos....



Brigar e criticar é fácil quando não se olha pra si. 
Exigir uma coisa e fazer o contrário dela dificulta o entendimento. 
Fácil é pedir desculpas depois de errar, difícil é ser coerente antes dos erros. 
Para que procurar um passado? 
Ele não existe mais. 
Estraga o presente e deixa o futuro duvidoso. 
Sim, é possível pensar bem e saber que algumas atitudes levam á briga e ao desconforto. 
Agora criar exigência e falar as consequências das atitudes dos outros para gente pode, agir igual e evitar a criação de problemas não pode. 
Porque o amor dói? 
Será que é um teste ou uma fase? 
A gente faz tudo certo, nem em pensamentos erramos para sempre ser desacreditados. 
A paixão nos coloca em duvida constantemente. 
A pior coisa é ser culpado dos erros que não cometemos, de ações que não fizemos e de ser julgado por falta de sentimentos quando sabemos que o amor sentido é imenso e incomparável com qualquer outro que existe.


Autor Desconhecido 

sexta-feira, 18 de julho de 2014

O Sonho da família de margarina.



Desde que eu nasci sempre via as famílias, pai, mãe, filhos... Aquelas famílias de comercial de margarina, sabe?
Sempre desde pequeno queria ter aquilo, queria viver aquilo.
Já no colégio na minha adolescência, muitos colegas tinham os pais separados e chegou minha vez. Mas e aquilo que eu idealizava? Pais juntos velhinhos? E meus filhos visitando eles? Pois é se perdeu uma parte do sonho, mas o resto eu seguia acreditando.
Acreditando no amor, nas coisas dando certo entre duas pessoas, tipo a musica do Luan Santana.. “eu, você, 2 filhos e um cachorro.” Claro com algumas modificações, com avós separados. Mas confesso que isso pra mim não foi tão ruim, alias me fez crescer como homem, aprendi com essa situação. E depois de algum tempo até foi bom e os planos mudaram, meus filhos vão ter 2 avós e 2 avôs por parte paterna. Sim foi bom, tinha meu pai perto de mim, uma 2° mãe e do outro lado, tinha a minha mãe morando na praia, passar as férias e um 2° pai que era mais tranquilo que o pai de verdade, a mãe era tranquila porque não vivia comigo né, então sempre faz tudo pra agradar o bebe dela. Mas os pais são sempre pais, sabem puxar a orelha sempre que precisa e quando não precisa também, mas só pra não perder o costume.
O tempo passa a faculdade chegou, as novidades chegaram, a gente começa a pensar que não é preciso namorar, porque mulher nunca vai faltar, mas eu nunca fui desses que não me apaixona. Mas entre tantas experiências, tombos e aventuras a gente vai aprendendo que as fases passam, que a quantidade não e melhor que a qualidade. Sem hipocrisia, já fui guri, já beijei 27 numa noite de carnaval, já fiquei com 4 meninas em uma quarta feira de férias, já tive 3 namoradinhas escondidas umas das outras, mas tudo em sua época.
Hoje falta paciência pra certas coisas, não tenho a mesma disposição, a gente cresce e pensamos que vale mais apenas uma namoradinha que a gente possa dividir as coisas do que três que apenas querem nosso “eu” quando estamos bem. Mas o mais importante, a criação da família feliz, a família de propaganda de margarina ainda está nos planos.
Depois de velho os sonhos seguem, estão ali esperando a compatibilidade de alguém com um mesmo sonho para os fazerem se tornar realidade. Mas precisa ser pra sempre, nada de meios amores ou é por inteiro ou nada feito.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Rápido ou demorado, sempre será amor.



Báh escuto quase que diariamente, que o “eu te amo” está vulgarizado, que virou moda. Leio que tudo isso não passa de confusão dos sentimentos. Confusão do amor com o tesão, confusão  da atração com o amor ou até da paixão com o já citado “AMOR”.
Ma no meu ponto de visto uma coisa depende da outra. O amor parte da atração física, do tesão e da paixão. Quando sentimos as borboletas na barriga por outra pessoa, quando chegamos perto e colocamos em pratica atração física e o tesão  e sentimos que a química resultante disso foi compatível.
Não acho que seria um modismo esses sentimentos, alias, reclamam da rapidez dos sentimentos, mas o mundo mudou, os pensamentos mudaram, mas os sentimentos não mudam? As coisas hoje acontecem rápido, ah 40 anos atrás se não me engano as pessoas namoravam no portão de casa, durante o dia, depois passava a ir na sala de casa, sempre acompanhado do pai da moça.
Hoje as pessoas se conhecem nas redes sociais, no mesmo dia saem juntas, se conhecem um pouco mais porque no seu perfil que já conta bastante de como as pessoas são, onde costumam ir, as coisas que gostam de comer. E tem redes sociais que facilita ainda mais, mostram as pessoas solteiras em certa distância próximas umas das outras e quando um “curte” o outro já abre automaticamente o bate papo entre os dois pra marcarem de sair. Isso facilita as pessoas, moram perto, estão solteiras e/ou carentes.
E as pessoas julgam o amor como modismo, mas o que falar hoje então tudo é modismo, o beijo na boca, o sexo, o apresentar pra família, namorar. Eu li um postagem esses dias mais ou menos assim:  milênio, 1000 anos... Década, 10 anos... Te amo pro resto da minha vida, 3 semanas.
Acho que o amor não ta se vulgarizando e sim se transformando. Claro, tudo tem seus motivos, hoje as pessoas não respeitam mais ninguém, ninguém quer nada serio, querem curtir o momento. As pessoas bloquearam os sentimentos dentro de si e na minha opinião quando as duas aceitam derrubar o muro que bloqueia os sentimentos, o amor vem como se fosse um vulcão, eu te amos, atrações, tesão e química.
Em um mundo onde tudo esta errado, os sentimentos estão perdidos, os valores não existem mais, as pessoas não sabem o que querem ou “quem” querem, se usam o azul ou o rosa, se é certo ou se é errado... Se não me engano Renato Russo começou com isso em uma música onde ele falava do que gostava, será mesmo?
Então as pessoas, dificultam as coisas, complicam o que sentem e querem ser modernas mas não se habituam com a modernidade, alias fazem coisas piores como modismo e falam que modismo é um “eu te amo”. A moda sempre vai ser “ser feliz” não modismo e sim pela falta do sentimento de carinho que hoje no mundo está cada vez mais virada de ponta cabeça. Então se for preciso, feche os olhos e se sentir vontade, grite eu te amo, sem medo do que irão falar, pois o barulho da felicidade atrapalha o sono dos invejosos e dos ruins de coração.



17/07/2014 - MM

quarta-feira, 9 de julho de 2014

SIGO ACREDITANDO...



Sigo acreditando no meu país, independente da roubalheira, da impunidade, da corrupção, do fiasco da seleção na copa do mundo. Acredito que cada Brasileiro sabe que as coisas estão erradas, mas não fazem nada pra mudar, nada pra fazer um “amanhã” diferente.

Sigo acreditando nas pessoas, independente da falsidade, do cinismo, da inveja, da maldade. Acredito sim que as pessoas podem ser boas, que exista ainda no mundo corações bons, boas intenções, carinho, compaixão, amor e paixão mesmo que as pessoas não andam utilizando desses “artifícios”.

Ah já que falei em coração e paixão, sim, sigo acreditando no amor, acredito que duas pessoas podem ser felizes juntas, independente da existência da falta de caráter, das traições. Acredito na força do abraço, do beijo, no carinho, da compreensão e da “reciprocidade”. Tudo é melhor quando as medidas são iguais, quando a reposta é a que esperamos ou até melhores. Mas se não for desta forma que nossa luta nunca seja vencida pelo cansaço e pelo desanimo ou até pela frustração.

Não podemos nunca mudar nosso pensamento de que vai dar certo, de fazer o bem pra colher o bem, mesmo que não andemos colhendo o que plantamos. Não dá pra desistir só porque não deu certo 1 vez ou 8 vezes, sempre temos que seguir em frente, não mudar pra pior porque algumas vezes não deu, sabemos que fizemos o melhor e uma hora o melhor da gente alguém vai retribuir com o melhor também, ai o ciclo vai fechar e a engrenagem vai ficar afiada e tudo vai dar certo. 

Sigo acreditando mesmo que a vida às vezes nos derrube e tente nos levar pelo caminho errado, levante, e siga no caminho certo. 

Acredite sempre, e siga em frente!


09/07/2014 - MM