quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Invisível (Por Clarissa Corrêa)

Invisível





Invisível. Olha que coisa bem linda. In-vi-sí-vel. É aquilo que seus olhos não conseguem alcançar, o que você não consegue entender direito porque não vê. Invisível. Acho uma sonora - e reveladora - palavra.

Parei para pensar naquilo que não posso ver. São tantas coisas. Bonitas, feias, esquisitas, interessantes. Sentimento é invisível. Você apenas sente, mas não toca, não pega, não sente o calor, o cheiro, não tem noção de cor, forma, tamanho, jeito. Apenas sente, apenas deixa sentir - se coragem e disposição tiver.

O que a gente não pode ver excita e assusta. E ambas as reações acontecem exatamente pelo mesmo motivo: o medo do desconhecido. O estranho, não sabido. Invisível. O coração, que bate tanto, ninguém vê. O suspiro, o sonho, a felicidade, o gozo, a tristeza. Tudo é invisível, tudo acontece dentro de você. Tudo você pode esconder quando achar melhor ou bem entender.

Os olhos são visíveis - e muito dizem sobre quem somos. Pena que também possuem artimanhas e labirintos. Quantas vezes não fomos pegos por enrascadas de um olhar? Em quantos olhos aparentemente sinceros você já não acreditou? Por quantos olhares já não se deixou levar? A gente se engana, sim, com o olho no olho. Porque tem olho no olho que é planejado, jogada ensaiada de quem sabe jogar. E eu confesso: não sou do jogo. Sou péssima jogadora, por isso volta e meia perco.

A alma é invisível. O caráter é invisível. Ninguém enxerga, mas uma hora ou outra eles se manifestam, dão as caras, são notícia. Ninguém sustenta uma mentira muito tempo. Ninguém consegue manter duas caras a vida inteira. Uma hora a corda balança, você precisa se equilibrar e mostrar quem é. E não é nada fácil ser quem a gente é, abraçar defeitos, loucuras, fantasias alucinadas. Não é fácil se olhar no espelho e dar de cara com o que está visível.

Máquinas fotográficas registram momentos, manifestações de sentimentos, cenas, datas importantes. Fotos são pedaços de lembranças (porque uma parte fica na foto, a outra dentro da sua cabeça e coração). Tiramos fotos de tantas coisas. Já pensou se a gente conseguisse fotografar a alma das pessoas? Ver o que tem dentro, apreciar ou se horrorizar com o que cada um leva consigo. Ia ser bonito. Uma experiência única. E visível.
 
                                                                              http://clarissacorrea.blogspot.com/2010/11/invisivel.html
 

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Essas coisas do coração (Clarissa Corrêa)

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Você já foi adolescente. E já se apaixonou perdidamente. E já ficou grudada no telefone esperando uma ligação. E já recebeu a ligação tão esperada. E já revirou o closet procurando uma roupa que você nunca teve. E já ficou ansiosa e nervosa e perturbada. E já chorou porque a ligação esqueceu de acontecer. Ou será que foi o paspalho que não lembrou de ligar? O fato é: você, em algum momento, já pensou ele-é-muita-areia-pro-meu-caminhão. Em contrapartida, em tantos outros momentos você já se perguntou eu-hein-como-fui-gostar-desse-cara?!? A vida, minha amiga, é uma eterna repetição. A gente repete e repete e repete, bate com a cara em uma rocha e quase se afoga nesse oceano que é a vida, mas acredite: ninguém aprende quando o assunto é o coração.

Já aconteceu comigo. Me apaixonei e reapaixonei. Me estrepei e me dei bem. E muitas vezes pensei: sou muita letra para o alfabeto desse indivíduo, muita palavra para o dicionário desse ser não-pensante. Sua mãe pode avisar, a melhor amiga pode mostrar o cartão amarelo, o mundo pode mandar você descer: uma mulher apaixonada vai além das forças. Mas a paixão acaba, é uma espécie de onda grande. Vem e te derruba, vem e dá um caldo, vem e faz você engolir água e ficar tossindo. Depois, só a sensação de falta de ar, medo de que venha nova onda forte e faça você ajoelhar no fundo do mar, arranhar o joelho e sair sangrando. A paixão faz a gente perder o biquíni com aquela onda gigante. Você fica desnorteada pensando o-que-houve e, ao mesmo tempo, procurando o biquíni e protegendo os peitos dos olhos curiosos. Paixão faz a gente fazer maluquice e um dia pensar nossa-que-maluquice.

E o amor?, você me pergunta. O amor, ah, sei lá. O amor nem dá pra definir direito. Acho que é um desejo de abraçar forte o outro, com tudo o que ele traz: passado, sonhos, projetos, manias, defeitos, cheiros, gostos. Amor é querer pensar no que vem depois, ficar sonhando com essa coisa que a gente chama de futuro, vida a dois. Acho que amor é não saber direito o que ele é, mas sentir tudo o que ele traz. É você pensar em desistir e desistir de ter pensado em desistir ao olhar pra cara da pessoa, ao sentir a paz que só aquela presença traz. É nos melhores e piores momentos da sua vida pensar preciso-contar-isso-pra-ele. É não querer mais ninguém pra dividir as contas e somar os sonhos. É querer proteger o outro de qualquer mal. É ter vontade de dormir abraçado e acordar junto. É sentir que vale a pena, porque o amor não é só festa, ele também é enterro. Precisamos enterrar nosso orgulho, prepotência, ciúme, egoísmo, nossas falhas, desajustes, nosso descompasso. O amor não é sempre entendimento, mas a busca dele. Acho que o amor não é o caminho mais fácil, pois mais fácil seria dizer a-gente-não-se-entende-a-gente-não-combina-tchau-tchau. O amor é uma tentativa eterna. E se você topar entrar nessa saiba que o amor encontrou você. Seja gentil, convide-o para entrar.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Repolhos recíprocos (Totalmententesemnocao.com.br)

Repolhos recíprocos

Já escrevemos aqui sobre o repolhinho – aquela figura levemente carente, da qual o pólo mais forte de um relacionamento sem compromisso se aproveita quando quer. É aquele sujeito que recebe uma ligação às 2h “daquela” pessoa e não consegue resistir. Acaba se encontrando onde essa pessoa quer, na hora que ela quer, quando ela quer. Uma repolhice total.

Pois existe um relacionamento, um tanto raro de acontecer, que é a repolhice recíproca. É aquela pessoa com quem você tem uma relação tão aberta, tão descompromissada e tão gostosa que você não tem nenhum pudor de ligar pra ela às 2h da manhã de terça e perguntar: “Onde você tá? Tô morrendo de vontade de beijar você!”. A pessoa, de forma bastante natural, vira-se para você e diz: “Passa aqui”. Você vai, vocês se pegam (em alguns casos, fazem sexo-louco-estilo-africano), conversam sobre todos os assuntos possíveis (a mulher que você tá afim, o homem que ela tá afim, trabalho, ex-namorados e ex-namoradas, política, economia, o preço do leite e a merda do Parreira que convoca o debilóide Cris).

Para esse relacionamento dar certo, é fundamental não haver envolvimento de nenhuma das partes. Normalmente, a repolhice recíproca existe entre ex-namorados bem resolvidos; entre pessoas muito amigas que, certo dia, envenenados por altíssimo teor alcoólico, se pegaram e desde então saciam a carência mútua; ou entre pessoas que tinham a relação pólo-mais-forte-e-repolhinho e esse ser mais frágil conseguiu esquecer a pessoa e encarar o lance numa boa. Raríssimas são as vezes em que tal relacionamento evolui para algo mais sério. Mas muitas vezes uma das partes não agüenta o tranco, se apaixona e tudo desanda porque o outro pode estar só curtindo o momento.

Se a repolhice recíproca atinge níveis profissionais, algumas coisas inerentes a um casal são dispensadas e o relacionamento torna-se algo inacreditável. O cara não precisa ligar pra ela no dia seguinte (e ela não se sente usada), a mulher pode falar do ex-namorado (ou até, quem sabe, do atual namorado que não dá mais no coro), os dois podem fazer ligações na madrugada, bêbados, falar um monte de bobagens, fazer declarações de amor um para o outro que nada vai mudar.

Curiosamente, esse repolho recíproco vira uma válvula de escape para ambas as partes. Vejamos os exemplos de utilidade pública da repolhice recíproca:

H.o.m.e.n.s

1 - Terminou com a namorada, tá carente, não faz idéia pra onde ir ou o que fazer? Ligue pra repolha recíproca. Você terá o maior carinho do mundo e de repente nem precisa rolar pegação, se você não estiver no clima. Ou, ainda melhor, vai rolar uma pegação sensacional que te deixará fortalecido para enfrentar os próximos dias!

2 - Foi pra night, tomou todas, chegou em diversas mulheres interessantes e levou igual número de tocos. Não satisfeito, apelou às mukissas e não conseguiu marcar gol nenhum (afinal, feio é não fazer gol). Desepero. Pânico. Amigo, essa é a hora de ligar pra ela: a repolha recíproca. “Oi, gatinha! Cadê você? Tô numa merda de festa aqui no Lago Norte e...”. Se a moça não estiver dormindo ou com outro cara, fatalmente ela aceitará um encontro delicioso na calada da noite. O inesperado excita os repolhos recíprocos.

M.u.l.h.e.r.e.s
1 - Você está solteira, só arruma cachorro, pensa em desisitir da vida mundana e se entregar a Deus. A falta de uma belíssima noite de amor tá te fazendo arranhar azuleijos? Nada como um repolho recíproco para fazer aquela ligação: “Oi, lindinho, como você vai? Tá tão sumido...” É a senha. O cara fatalmente estará a postos em menos de 48 horas (uma grande amiga batiza os repolhos recíprocos de PA – pinto amigo).

2 - Você está insegura, arrasada porque acabou de sair de uma negociação com o ex-namorado: ele entrou com o pé e você entrou com a bunda. Sente-se frágil, com aquele vazio de quem perdeu um amor importante. Chega na boate, leva um belo susto do filho da puta do ex. Ele está no meio da pista de dança no maior bate-coxa com uma sirigaita. “E ela é mais feita do que eu! Você viu o cabelo dela, meu Deus! Aquilo é óleo puro!!”. Você olha para o lado e... pimba! Lá está seu repolho recíproco. Você chega perto dele, o puxa pro canto e determina: “Me beija a-go-ra! O fulano tá ali beijando uma sirigaita!!!”. Pra quem mais você poderia fazer esse pedido, sem problema algum, sem estresse, sem parecer uma vadia, sem ser com um sujeito que vai se aproveitar de você? O repolho recíproco! Dez minutos depois, vocês terão saído da boate e você vai chorar suas lágrimas no colo dele. Uma maravilha!

Gostaria de render minhas homenagens à essa categoria de relacionamento. Não machuca ninguém, não ofende ninguém, ajuda a melhorar a auto-estima de si e do próximo, desestressa, facilita a vida das pessoas e, se feito com o cuidado necessário para não se apaixonar, só ajuda!





                                                                                      Texto de: www.totalmentesemnocao.com.br

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Qualidades de mulheres interessantes (Manual do Cafajeste)

Qualidades de mulheres interessantes


Sempre que faço um post ácido, criticando atitudes femininas ou apontando alguns estereótipos, é batata, surgem comentários do tipo “ai cafa, mas como eu faço para agir bem?” ou “e qual o estereótipo de uma mulher bacana?”. É difícil fazer esse tipo de post por dois motivos. Primeiro, o que pode ser uma atitude bacana pra mim, não é para o pedrinho da padaria. Segundo, tenho mais facilidade para criticar.
Porém, como estou em uma fase mais light, creio que esse post ajudará um pouco a essas leitoras curiosas que buscam qualidades das mulheres interessantes.
Não é uma santa > Esse é um dos grandes tabus. A maioria dos homens hoje em dia não está atrás de uma santa. O cara de 20 e poucos anos ou mais, não tem paciência pra ensinar a garota a rebolar, de pedir para que ela esconda o dente quando for chupar, que não passe o dedo polegar com força pela cabeça , enfim algumas sutilezas que uma mulher mais experiente já aprendeu. O cara quer se preocupar em sentir e proporcionar prazer, e aula particular de como trepar invariavelmente vai quebrar um ou outro.
Não é uma vagabunda > É, parece incoerente, mas não é. Apesar do cara procurar uma mulher experiente, ele não quer uma vagabunda. Ilustro com um exemplo prático. Uma mulher de 25 anos que já transou com 10 caras, mas que 4 eram namorados, 4 eram rolos e 2 amigos, tem mais moral que aquela de 20 anos que transou com apenas 3, sendo que um foi com um cara que ela conheceu no risca-faca, o outro ela deu no ônibus do churras da facu e o terceiro, bem, ela não se lembra. O que caracteriza uma vagabunda não é a quantidade de horas-cama e sim a qualidade delas.
Tem paixão pelo que faz > É muito atraente ver uma mulher que tem paixão pelo que faz. Seja na faculdade ou no mercado de trabalho, não há homem que não resista uma mulher apaixonada e confiante na sua área de atuação. Veja bem, não é ser aquela caxias chata que fica cagando lei e falando bonito para mostrar que é foda. Mulher sem essa paixão geralmente a canalizará em outro lugar e ai é comum ver uma coitada na carreira, ser uma desesperada no amor. E só um cabeça de vento ficaria bravo com uma mulher que divide a paixão por ele com o trabalho, são coisas completamente distintas, e na minha opinião, complementares na mulher moderna.
É independente > Óbvio que para um garoto de 18 anos essa qualidade não será diferencial, mas me refiro a homens de 25+. Nessa faixa etária, o cara já é meio que dono do seu nariz, não mora com os pais, costuma fazer planos para viajar no feriado ou fim de semana e ai não tem coisa mais sacal que a garota não poder acompanhá-lo, pois mora com os pais e eles jamais permitiriam que ela viajasse com “um estranho”. Ou então em um dia que a solidão batesse e o cara quisesse dormir acompanhado e novamente, não.  Ai a garota tem que bolar mil planos, dizer que vai dormir na casa da amiga e blablabla-sou-teen. E além da independência financeira, há a independência sentimental. Mulher que faz o homem o centro do universo é um porre. Parece que nasceu faltando uma peça fálica pra funcionar.
É feminina > Sempre enalteci aqui no blog essa qualidade. Acho muito legal a mulher buscar igualdade na profissão, salário, etc, mas mulher NÃO é igual ao homem, nem nunca vai ser. Ainda bem. Mulher delicada, que se preocupa com aquele detalhe bobo na cor da unha, que enrola pra ficar pronta, que se lembra de datas x, sabe fazer milhares de coisas ao mesmo tempo, enfim, coisas meio bobas, mas que são praticamente únicas do sexo feminino são realmente atraentes. Esses pequenos detalhes constroem esse ser tão especial. E como sempre repito, o dia que mulher negligenciar isso e homem passar a cuidar dos detalhes da unha, melhor virar gay, ao menos homem não sofre com TPM.
Se impõe > Ser feminina não é ser boba. É preciso saber ser delicada e se impor quando preciso. Por exemplo, o cara combina de ir com a garota no cinema e do nada muda pra ver jogo de futebol em casa. A garota mongol aceitaria numa boa, a barraqueira faria um escândalo e a que se impõe saberia argumentar para dissuadir o cara. Mulher que se impõe, não é truculenta, é persuasiva. A mulher que aceita tudo geralmente acaba sendo feita de boba e algumas vezes até traída.
Cuida do cara > Essa é uma característica que está bastante ligada a feminilidade, mas que merece uma menção especial. Apesar de as vezes ser um saco ouvir que a roupa não está combinando, que é pra fazer a barba que está feia, a unha mal cortada, que o cabelo está grande, enfim coisas que os homens costumam negligenciar, mas que algumas mulheres adoram cobrar, no final é até bacana, pois mostra uma preocupação da garota com o cara. E geralmente essas mulheres são aquelas que vão ser um ótimo ombro amigo quando cara estiver pra baixo.
Conversa sobre qualquer assunto > A garota pode ser gata e gostosa, mas se não sabe conversar nada além de A Fazenda, moda e a condição climática, vai ficar pra lanchinho. A mulher que conhece músicas além das que tocam na Jovem Pan, que sabe ser engraçada e que tem um bom conhecimento sobre cultural geral (sem precisar bancar a professora), sai na frente de um monte de modelo.
Sabe socializar > Essa característica geralmente está ligada à anterior, pois para socializar, a garota precisa falar e para falar algo que não seja só asneira, precisa ter repertório. Quando eu digo “socializar”, não estou me referindo a “se jogar” ou bancar a fantasminha camarada (“quer ser meu amiguinho?”). É saber cavar assunto e conseguir conversar com os amigos do cara, por exemplo. É muito ruim chegar a uma roda de amigos, apresentar a garota e ela na sequência ficar muda. A garota quando consegue socializar bem com os amigos, já ganhou aliados valiosos para conquistar o cara. Por outro lado, sempre tem a fantasminha camarada que quer chegar bancando a descolada e amigona da galera e fica forçando uma amizade que não tem, forjando uma liberdade que não foi concedida e ai ao contrário da outra garota, vai ganhar bons inimigos e alguns apelidinhos.
Já posso imaginar um monte de leitora falando “ahhh, eu tenho todas as características e continuo sozinha. Qual o meu problema?”. Eu arrisco dizer, falta de homem interessante.



http://www.manualdocafajeste.com/2010/11/08/qualidades-de-mulheres-interessantes/

domingo, 7 de novembro de 2010

Strip - Tease - Martha Medeiros


"Chegou no apartamento dele por volta das seis da tarde e sentia um nervosismo fora do comum. Antes de entrar, pensou mais uma vez no que estava por fazer. Seria sua primeira vez. Já havia roído as unhas de ambas as mãos. Não podia mais voltar atrás. Tocou a campainha e ele, ansioso do outro lado da porta, não levou mais do que dois segundos para atender.
Ele perguntou se ela queria beber alguma coisa, ela não quis. Ele perguntou se ela queria sentar, ela recusou. Ele perguntou o que poderia fazer por ela. A resposta: sem preliminares. Quero que você me escute, simplesmente.
Então ela começou a se despir como nunca havia feito antes.
Primeiro tirou a máscara: 'Eu tenho feito de conta que você não me interessa muito, mas não é verdade. Você é a pessoa mais especial que já conheci. Não por ser bonito ou por pensar como eu sobre tantas coisas, mas por algo maior e mais profundo do que aparência e afinidade. Ser correspondida é o que menos me importa no momento: preciso dizer o que sinto'.
Então ela desfez-se da arrogância: 'Nem sei com que pernas cheguei até sua casa, achei que não teria coragem. Mas agora que estou aqui, preciso que você saiba que cada música que toca é com você que ouço, cada palavra que leio é com você que reparto, cada deslumbramento que tenho é com você que sinto. Você está entranhado no que sou, virou parte da minha história.'
Era o pudor sendo desabotoado: 'Eu beijo espelhos, abraço almofadas, faço carinho em mim mesma tendo você no pensamento, e mesmo quando as coisas que faço são menos importantes, como ler uma revista ou lavar uma meia, é em sua companhia que estou'.
Retirava o medo: 'Eu não sou melhor ou pior do que ninguém, sou apenas alguém que está aprendendo a lidar com o amor, sinto que ele existe, sinto que é forte e sinto que é aquilo que todos procuram. Encontrei'.
Por fim, a última peça caía, deixando-a nua
'Eu gostaria de viver com você, mas não foi por isso que vim. A intenção é unicamente deixá-lo saber que é amado e deixá-lo pensar a respeito, que amor não é coisa que se retribua de imediato, apenas para ser gentil. Se um dia eu for amada do mesmo modo por você, me avise que eu volto, e a gente recomeça de onde parou, paramos aqui'.
E saiu do apartamento sentindo-se mais mulher do que nunca."

                                                                                                                               Martha Medeiros

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

a dificuldades dos ralcionamentos

Relacionamento é uma coisa difícil. A pessoa tem a infeliz mania de não querer enxergar o certo, o fácil, o simples. Como é difícil essa coisa de gostar, se um amigo já é complicado, gostos diferentes, eu gosto de rock e meu amigo de pagode, mas como bons amigos, se nosso caso é uma festa, vamos onde tem pagode e na outra onde tem rock.
Agora, gostar do sexo oposto, amar uma parceira é muito mais complicado. Queremos sempre agradar: um dia ela quer sair, mas eu queria sair pra jantar e ficar mais tranquilo, outro dia ela queria comer uma pizza em casa, mas eu queria ir a uma churrascaria tomar um chope com toda galera. É difícil agradar e ser agradado.
Muitas vezes criamos expectativas que nunca serão alcançadas, imaginação é um horror, será que as diferenças podem chegar a um consenso comum? Podem, mas para isso precisa de diálogo e de abertura dos dois, nada é feito com a vontade só de um. Mas, se deu certo? Que bom. Se não, bola pra frente, pois sempre dá certo, pode ser um mês ou um ano; aí, não é que tenha dado errado, é que apenas não deu para continuar, contudo deu certo por algum tempo.
Não podemos nos abater, um dia vai começar e um dia vai acabar, mas sempre temos que continuar tentando, experimentando, nos esforçando e aprendendo. Por pior que sejam os relacionamentos passados, sempre vamos levar um aprendizado para nossa vida.

                                                                                                  "entre o céu e o inferno"

MM

Relacionamentos

Sempre acho que namoro, casamento, romance tem começo, meio e fim. Como tudo na vida. Detesto quando escuto aquela conversa:- 'Ah,terminei o namoro...'- 'Nossa,quanto tempo?'- 'Cinco anos...Mas não deu certo...acabou'-É não deu... Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou.E o bom da vida, é que você pode ter vários amores. Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam. Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro? E não temos esta coisa completa. Às vezes ele é fiel, mas não é bom de cama. Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel. Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador. Às vezes ela é malhada, mas não é sensível.Tudo nós não temos. Perceba qual o aspecto que é mais importante e invista nele.Pele é um bicho traiçoeiro. Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico que é uma delícia. E as vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona...Acho que o beijo é importante...e se o beijo bate...se joga...se não bate...mais um Martini, por favor...e vá dar uma volta. Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra. O outro tem o direito de não te querer. Não lute, não ligue, não dê pití. Se a pessoa tá com dúvida, problema dela, cabe a você esperar ou não. Existe gente que precisa da ausência para querer a presença. O ser humano não é absoluto. Ele titubeia, tem dúvidas e medos mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta. Nada de drama. Que graça tem alguém do seu lado sob chantagem, gravidez, dinheiro, recessão de família? O legal é alguém que está com você por você. E vice versa. Não fique com alguém por dó também. Ou por medo da solidão. Nascemos sós. Morremos sós. Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado. E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar,seu pensamento. Tem gente que pula de um romance para o outro. Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia? Gostar dói. Você muitas vezes vai ter raiva, ciúmes, ódio, frustração. Faz parte. Você namora um outro ser, um outro mundo e um outro universo. E nem sempre as coisas saem como você quer...A pior coisa é gente que tem medo de se envolver. Se alguém vier com este papo, corra, afinal, você não é terapeuta. Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível. Na vida e no amor, não temos garantias. E nem todo sexo bom é para namorar. Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar. Nem todo beijo é para romancear. Nem todo sexo bom é para descartar.Ou se apaixonar. Ou se culpar.Enfim...quem disse que ser adulto é fácil?

                                                                                                                               Arnaldo Jabor!