quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Amor ou Amizade? Os dois... [Martha Medeiros]

AMOR OU AMIZADE? OS DOIS....

No finalzinho da entrevista que Pedro Bial deu à Marília Gabriela, quando foi questionado sobre relacionamentos, ele deu uma lição que serve para todo mundo: trate seu amor como você trata seu melhor amigo. Sei que isso parece falta de romantismo, mas é o conselho mais certeiro.
Não era você que estava a fim de uma relação serena e plenamente satisfatória? Taí o caminho. Vamos tentar elucidar como isso se dá na prática. Comecemos pelo exemplo que o próprio Bial deu: você foi convidado para o casamento de uma prima distante que mora onde Judas perdeu as botas, você tem que ir porque ela chamou você pra padrinho. Como é que os casais costumam combinar isso?
"Não tem como escapar, você vai comigo e pronto". Ou seja, um põe o outro no programa de índio e nem quer saber de conversa. É assim que você convidaria seu melhor amigo? Não. Você diria: "Putz, tenho uma roubada pela frente que você não imagina. Me dá uma força, vem comigo, ao menos a gente dá umas risadas...".
Ficou bem mais simpático, não ficou? Como esta, tem milhões de situações chatas que você pode aliviar, apenas moderando o tom das palavras.
Pro seu marido: "Você nunca repara em mim, não deu pra notar que cortei o cabelo? Será que sou invisível?" Mas pra sua melhor amiga: "Ai, pelo visto meu cabelo ficou medonho e você está me poupando, né? Pode dizer a verdade, eu agüento".
Pra sua mulher: "Você já se deu conta da podridão que está este sofá? Não dá pra ver que está na hora de trocar o tecido?" Mas pra sua melhor amiga: "Deixa a pizza por minha conta, eu pago, assim você economiza pra lavar o sofá. A não ser que este seja um novo estilo de decoração..."
Risos + risos+ risos.
Maneire. Trate seu amor como todas as pessoas que você adora e que não são seus parentes. Trate com o mesmo humor que você trata seu melhor amigo, sua melhor amiga. Até porque, caso você não tenha percebido, é exatamente isso que eles são.
"Grandes Realizações são possíveis quando se dá importância aos pequenos começos"


                                                                             Martha Medeiros

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Desconstruções [Martha Medeiros]

Desconstruções


Quando a gente conhece uma pessoa, construímos uma imagem dela. Esta imagem tem a ver com o que ela é de verdade, tem a ver com as nossas expectativas e tem muito a ver com o que ela "vende" de si mesma. É pelo resultado disso tudo que nos apaixonamos. Se esta pessoa for bem parecida com a imagem que projetou em nós, desfazer-se deste amor, mais tarde, não será tão penoso. Restará a saudade, talvez uma pequena mágoa, mas nada que resista por muito tempo. No final, sobreviverão as boas lembranças. Mas se esta pessoa "inventou" um personagem e você caiu na arapuca, aí, somado à dor da separação, virá um processo mais lento e sofrido: a de desconstrução daquela pessoa que você achou que era real.

Desconstruindo Flávia, desconstruindo Gilson, desconstruindo Marcelo. Milhares de pessoas estão vivendo seus dias aparentemente numa boa, mas por dentro estão desconstruindo ilusões, tudo porque se apaixonaram por uma fraude, não por alguém autêntico. Ok, é natural que, numa aproximação, a gente "venda" mais nossas qualidades que defeitos. Ninguém vai iniciar uma história dizendo: muito prazer, eu sou arrogante, preguiçoso e cleptomaníaco. Nada disso, é a hora de fazer charme. Mas isso é no começo. Uma vez o romance engatado, aí as defesas são postas de lado e a gente mostra quem realmente é, nossas gracinhas e nossas imperfeições. Isso se formos honestos. Os desonestos do amor são aqueles que fabricam idéias e atitudes, até que um dia cansam da brincadeira, deixam cair a máscara e o outro fica ali, atônito.

Quem se apaixonou por um falsário, tem que desconstruí-lo para se desapaixonar. É um sufoco. Exige que você reconheça que foi seduzido por uma fantasia, que você é capaz de se deixar confundir, que o seu desejo de amar é mais forte do que sua astúcia. Significa encarar que alguém por quem você dedicou um sentimento nobre e verdadeiro não chegou a existir, tudo não passou de uma representação – e olha, talvez até não tenha sido por mal, pode ser que esta pessoa nem conheça a si mesma, por isso ela se inventa.

A gente resiste muito a aceitar que alguém que amamos não é, e nem nunca foi, especial. Que sorte quando a gente sabe com quem está lidando: mesmo que venha a desamá-lo um dia, tudo o que foi construído se manterá de pé.
Martha Medeiros

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Esperar tudo mudar. (Felicidade Sorrir)

Quando a gente acha que faz tudo certo e acha que ta agindo certo, se interessa demais por aquilo que nos faz feliz, briga, tenta mudar, não escuta as pessoas que gostam da gente... certamente vamos sofrer, ninguem gosta do certo, do tudo bom, do "estou aqui pra tudo", mas a gente tenta, fizemos nossa parte se deu, deu! Se não deu, o achar é todo seu, fiz minha parte, se é muito pra ti, desisto, a felicidade não passa duas vezes pela gente rapidamente, algum dia espero que enchergue isso e não solte, espero que um dia eu sinta vontade de ser assim denovo com outro alguem que eu ache que mereça sem erro, sem duvidas, sem formas diferentes, cada um é cada um, ou aceitamos e conversamos assim podemos chegar em um ponto em comum, ou é melhor assim, Vai doer? vai! Vou sofrer? vou! Vou chorar? Vou sim... Mas passa, passou ja um vez, demora mas as feridas curam vem uma pele nova pronta pra faca rasgar denovo, ela vem mais grossa, fica mais dificil de acontecer mas acontece, só não podemos mudar, ser o que somos sempre, fazer o que fizemos, se valeu a pena, beleza, se não, tudo denovo... começa do zero e bola pra frente. Não podemos ter medo de nos machucar e sim medo de não fazer o que poderiamos ter feito para sermos felizes. è a vida, uns estão preparados pra receber as coisas boas, outros querem que as coisas sejam complicadas, pq não admiram as coisas que estão ali, na frente, pronta pra desfrutar e ser feliz! Enquanto isso... as lagrimas são minhas faço o que quiser delas, prefiro deixar elas cairem escondidas, até secar a fonte delas, esperando tudo isso que é sem explicação mudar e a feicidade voltar a sorrir pra mim!


MM

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Palavras Guardadas

Palavras Guardadas

Quem nunca, nem ao menos uma vez, escreveu algo a alguém?! Nem um cartãozinho rimado para um namorado(A), amigo(A), parente ou paquera?! Agora me responda outra pergunta: quantas vezes você teve vontade de dizer e não disse, teve vontade de ligar e não ligou, teve vontade de escrever e não escreveu? Milhões de vezes, né?! Por quê? Porque não sabe... não sabe como se expressar, ficou com medo de se
Por quê? Porque não sabe... não sabe como se expressar, ficou com medo de se expor? Ok! Aceito como sugestões de resposta, apesar de não estar convencida. (Quantas oportunidades perdidas, hein?!) Mas garanto que algumas palavrinhas guardadas na gaveta ao lado da cama existem, ou já existiram. Se a resposta for não, tudo bem, você continua sendo uma pessoa normal.
Em torno deste tema encontramos os poetas anônimos, pessoas como eu e você, que encontram na rima das palavras uma forma de desabafar sentimentos, analisar fatos do cotidiano e da história, falar de coisas e pessoas. Não pense que estou falando de grandes talentos com aspirações a literatura. Não, são pessoas comuns, que geralmente nos momentos de solidão, no fim de noite, quando tudo se aquieta e tudo se aquieta e é possível respirar mais fundo, passam para o papel momentos, acontecimentos e sensações, que fazem bem serem registrados, mesmo quando em forma de crítica, nem que seja para ser rasgado no instante seguinte.
É uma forma de terapia. O terapeuta? Isso fica por conta das releituras depois de um tempo, algumas já não fazem mais o menor sentido, enquanto outras ainda são muito presentes.
Não é necessário rimar para que uma poesia tome forma, apenas deixar fluir as palavras que em seguida vão tomando sentido.
Se você ainda não é um poeta anônimo experimente em um dia de bobeira juntar umas idéias, escreva pra você mesmo, sem regras gramaticais, sem medo de errar, quem sabe você não tem talento pra coisa, ou se identifica e acaba adquirindo como um hobby? Afinal, sempre é válido tentar algo novo!


                                                                                  
                                                                                                 Analu Ribeiro
                                                                   (texto escrito para o jornal Noite & Cia, em julho de 2004)

O pé torto do chinelo velho


O pé torto do chinelo velho


             E viva as diferenças, diversidades e coincidências da vida! Na hora que o “tum tum” bate mais forte vale qualquer justificativa para tal sentimento. Os opostos que se atraem, as coincidências que surgiram, o sorriso maroto, o olhar misterioso, o jeito que ela mexe no cabelo quando perde o próprio jeito, a forma que ele mexe as sobrancelhas enquanto conta as histórias mais fascinantes (sim, porque tudo que ele faz e fala é perfeito), assim por diante.
Detalhes que passariam batido, e que para os demais não fazem a menor diferença (as vezes nem sentido), mas que para os “flechados” torna a vida ainda mais colorida. Justificativas as quais se tornam desnecessárias, a paixão existe e pronto. Nãooo! Não é bem assim, ele é o homem da minha vida e ela a mulher perfeita, e como não passar horas e horas divagando sobre esses seres quase sobre naturais. Que mesmo para os defeitos existe as mais elaboradas teses de compensação.
A idade para tal sensação não importa, claro, cada um reage de uma maneira, mas a euforia desmascara qualquer cidadão mais recatado.
O ser humano é incrível, muda de opinião e veste personalidades quantas vezes for necessário, para que suas ações e reações mantenham uma certa lógica. Como se precisássemos justificar nossos sentimentos para o mundo, a todo instante, e a contradição não pudesse existir de maneira alguma. Ai, que sem graça seríamos, pessoas totalmente previsíveis, sem expectativas ou surpresas. E daí surgem as comunidades no orkut, com milhares de adeptos: “Cadê seu manual de instruções?”; “O que as mulheres querem?”; “Homens: quem os entende?”.  Todos tentando se compreender um pouco mais e adivinhar onde fica o tal ponto G ... da questão!
A realidade é que os tempos evoluiram e com ele as relações mudaram, e mesmo sem ter vivido aqueles anos, como acho falta do velho romantismo.
Com o passar dos tempos veio a então igualdade sexual, onde tudo pode. Sim, elas botaram as manguinhas de fora e foram a luta por seus objetivos sentimentais e/ou carnais. Lindo! Se a forma não fosse tão agressiva e até meio competitiva as atitudes masculinas. O que de certa forma vem se tornando bastante confortável para eles. Claro que não podemos generalizar, apenas chamo atenção de forma reflexiva para uma geração ainda em formação.
           
            Passada a fase da paixonite aguda, e do mutuo conhecimento, onde os laços são estreitados, a intimidade se cria e a afetividade amadurece, compartilhando dos mesmos princípios para uma relação estável, evoluímos para o namoro. Isso quando existe reciprocidade das duas partes, é bom deixar claro. Esse caminho pode ser longo. Possivelmente surgirão os carinhosos apelidos, palavras em dialeto infantil e no diminutivo, cuja criatividade a gente deixa para a privacidade mais íntima dos casais.
 Uma etapa mais tranqüila, quando o outro(a) já foi conquistado(a) e então o casal começa a se relacionar com os amigos e a família do(a) parceiro(a). Compartilhar planos, sonhos, alegrias e também tristezas, alguém com quem contar de forma mais especial, um(a) parceiro(a) de vida (eterno, enquanto dure!). Não esquecendo da necessária reconquista diária, regada a pequenos agrados. Haverão divergências, normais em qualquer relacionamento humano, porém a forma e a importância a essas questões é que irão ditar o rumo dessa relação.

As diferenças foram superadas, ou melhor, aprenderam a lidar com estas e o amor prevaleceu, relacionamento ainda mais maduro e então novos planos, morar juntos, casar?! Se o mundo conspira a favor, por que não?! Casar no civil, no religioso, sim, festejar tal ápice de felicidade por ter encontrado uma pessoa especial, a quem já se pode intitular como a outra metade da laranja, alma gêmea ou cara-metade, disposta a dar e receber amor sincero. Celebre! Celebre a felicidade do presente, sem que seja preciso planeja-la para futuros incertos e tão distantes.

Felizmente o amor não vem com manual de instruções. Não é razão, é emoção, feita para sentir, não para pensar. Surge, acontece e toma conta. Mas não é pra qualquer um dispertar tal sentimento com intensidade. Não adianta procurar o amor na então dita perfeição, se na realidade são as pequenas imperfeições que acabam nos atraindo, é o diferencial. Aquilo que distingue uma pessoa da outra, sejam essas características físicas e/ou de personalidade, alimentada por uma química. E aí eu volto para a idéia do título, sempre existe um “chinelo velho para um pé torto!” O que seriam das loiras se todos gostassem das morenas? O que seria dos baixinhos, se todas preferissem os altos? Ainda bem que existe os altos, os baixos, os gordinhos, os magrinhos, os CDF, os malucos, os marrentos, os palhaços, e aqueles que também adoram bife de fígado, manga e dobradinha (argh!).
Encontros e desencontros. Chegadas e partidas. Casos e acasos. Destinos e escolhas. As coisas acabam acontecendo ao seu tempo, no tempo certo.
                                                          
                                                                                  Analu Ribeiro
                                                           (Publicado em Julho de 2008 - Revista Trilhas)